quarta-feira, 25 de abril de 2012

(...)
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.   
Miguel Torga, in 'Diário XII'

sábado, 21 de abril de 2012

Lipogramas



O meu nome é Inês
E tenho um peixe que é meu.
Não é chinês,
E tudo o que é meu é teu!

Gosto muito de escrever
E mesmo de ler!
Gosto muito de kiwi
E adoro o nome Lili!

Tenho um pinto
Que é meu e do meu tio,
Que é verde e roxo tinto
O que é bom é que diz: “piuuu”!
Marta Inocêncio



em forma de soneto...


É indiferente amar?
Ou olhar para o céu,
Ou ser levado por uma corrente,
Ou comer a sopa quente,
Ou  levar com a vida em frente.

Que importa estar doente?
Que importa morrer de repente?
Que importa dar um passo em frente?
Que importa ser mordido por uma serpente?

Sem ninguém para nos amar,
Sem ninguém para cuidar,
Sem ninguém para nos tratar daquela ferida dentro do coração?

Com um amor por perto,
Com um olhar indiscreto,
Com alguém, para amar...
                                                       Francisca Lopes



Um mundo mágico

Ou podia trabalhar
Ou talvez descansar
Ou podia amar
Ou podia talvez  odiar.

Se eu fosse mágico
Se pudesse mudar o mundo
Se eu o fizesse parar de ser trágico
Se eu pudesse esconder-me no fundo...

Com nada para procurar,
Com tudo na minha mão,
Com nada para preparar.

Para quê perder?
Para quê fazer mal?
Para eu me render!
                                               Henrique Pina




Também vi o brilho no teu olhar
Também vi o gato a voar
Também vi o que tu viste a sonhar
Também te vi a imaginar…

Apenas vi o que sentes na alma
Apenas vi a cor da tua palma
Apenas vi! Tem calma!
Apenas vi…

Sobre a terra, sobre o mar
Sobre o mar, a voar
Sobre a terra a sonhar…

Sem saber o que vi, nunca vou chegar, a nenhum lugar
Sem saber o que vi, nada saberei e só ficarei
Sem saber o que vi, nunca mais vou falar, rir e sonhar.
                                                                     Marta Inocêncio
 






E se as vacas pudessem voar?
E as galinhas tivessem dentes?
E os cães pudessem voar?
E seríamos todos diferentes?

Quando isso acontecesse,
Quando o mundo então mudasse,
Quando o animal quisesse falar,
Quando o homem já não mandasse.

Com todo o mundo do avesso,
Com tudo de pernas para o ar,
Com o preto feito branco.

Até Deus se admiraria
Até nem acreditaria…
Até ficaria num pranto!..
                            Francisco Costa






Nem penses nisso
Nem penses
Nem penses naquilo
Nem sequer penses!

Como olhar para o cCaixa de texto: 2éu
Como olhar para a noite
Como olhar para a nuvem
Como olhar para a estrela.

A passar pelo museu
A passar pelo jardim
A passar pelo coliseu,

Após reduzir
Após reciclar
Após reutilizar
                             Catarina Paiva




O Sentido da Vida
 

Logo que nasceu
Logo o seu coração palpitou
Logo que cresceu
Logo o seu coração se apaixonou.

Pois envelheceu
Pois seu coração se cansou
Pois morreu
Pois seu coração parou.

Entre a vida se ergueu
Entre a vida se iluminou
Entre a vida tudo aprendeu.

Com a morte nada se esqueceu
Com a morte nada parou
Com a morte nem tudo se perdeu.
                                             Catarina Gameiro

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Exercício - Coordenação e Subordinação

1. Identifica e classifica as orações presentes nas frases que se seguem.

a) Quando entrou na biblioteca, o David sentou-se e observou os livros.

b) David nunca lá entrara nem conhecia o lugar, porque não gostava de ler.

c) O David chegou atrasado ao espetáculo, mas assistiu ao momento mais cómico.

d) Depois do espetáculo, correu para a estação, porém perdeu o comboio.

e) Enquanto caminhava, David não podia falar nem conseguia respirar.


Bom trabalho!
A professora de Língua Portuguesa, Paula Gonçalves

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Inspirem-se...




A Ideia
      
 III

Força é pois ir buscar outro caminho!
Lançar o arco de outra nova ponte
Por onde a alma passe - e um alto monte
Aonde se abra aqui à luz o nosso ninho.

Se nos negam aqui o pão e o vinho,
Avante! é largo, imenso esse horizonte...
Não, não se fecha o mundo! e além, defronte,
E em toda a parte há luz, vida e carinho:

Avante! Os mortos ficarão sepultos...
Mas os vivos que sigam, sacudindo
Como o pó da estrada os velhos cultos!

Doce e brando era o seio de Jesus...
Que importa? Havemos de passar, seguindo,
Se além do seio dele houver mais luz!
  
Antero de Quental